Alunos de Pedra de Guaratiba aprendem sobre educação alimentar com horta na escola
“Essa é salsa, essa é cebolinha”, explica Rayane de Oliveira, 7, aluna da Escola Municipal Emma D’Ávila de Camillis, em Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste da cidade. A habilidade para diferenciar as verduras foi cultivada junto com os alimentos orgânicos que crescem na horta do colégio, uma das escolas municipais que participam do programa Hortas Cariocas.
Uma iniciativa da Secretaria Municipal de Conservação e Meio Ambiente (Seconserma), o Hortas Cariocas incentiva a agricultura urbana no Rio de Janeiro. Para isso, os agentes da Seconserma identificam locais com potencial para o cultivo de alimentos orgânicos, e a secretaria incentiva a participação no programa oferecendo uma remuneração mensal aos hortelãos. Em troca, eles separam metade da produção para doar a creches, asilos, abrigos e escolas municipais do entorno da horta. A outra metade pode ser vendida, gerando renda para o grupo. Quando as hortas ficam dentro da escola, como é o caso na Emma D’Ávila, toda a produção é destinada a complementar a merenda dos alunos.
“Aqui a gente planta, colhe e come porque as verduras são muito saudáveis”, conta Rayane, sem esconder o entusiasmo com a horta.
O Hortas Cariocas funciona na cidade há 12 anos. Em 2017, foram produzidas entre 40 e 45 toneladas de legumes, verduras e outros alimentos sem uso de adubos ou defensivos químicos. Este ano já foram abertas mais seis hortas no município, e a expectativa é aumentar a produção.
“Essa horta foi criada há pouco tempo, e teve um desenvolvimento para lá do que a gente esperava. O envolvimento dos professores, da direção e também dos alunos fez com que o resultado fosse muito bom”, conta Julio Cesar Barros, engenheiro agrônomo da Seconserma.
Educação Alimentar
Segundo Julio Cesar, o trabalho desenvolvido em Pedra de Guaratiba trouxe resultados também fora dos muros da escola.
“Conseguimos reverter o fluxo da educação alimentar. Ao invés do pai e da mãe incentivarem os filhos a comer uma salada, os alunos levam essas orientações para casa, até porque os pais geralmente também não tiveram uma boa educação alimentar. A criança acaba convencendo o pai e a mãe a ter uma alimentação melhor”, afirma.
As Hortas Cariocas são mantidas através de uma parceria entre o poder público e a comunidade onde a plantação é desenvolvida. Na Emma D’Ávila, a direção da escola indicou pessoas que já tinham alguma experiência com hortas urbanas, e elas passaram a ser responsáveis pela manutenção do plantio e por repassar o conhecimento sobre as hortas aos alunos.
“A Prefeitura entra com fornecimento de insumo, equipamento e bolsa-auxílio, e a comunidade entra com a mão de obra. O programa não faz capacitação das pessoas”, explica o engenheiro agrônomo da Seconserma.
Há também cultivos apoiados pelo programa de outras maneiras, como fornecimento de sementes, ferramentas e visitas técnicas.
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