Areninha Gilberto Gil em Realengo oferece aulas de dança cigana e do ventre
Nas noites de quarta-feira, um grupo de 10 mulheres se reúne para praticar danças médio-orientais em Realengo. Essa é uma das atividades da Areninha Carioca Gilberto Gil, que oferece, a preço popular, oficinas de dança do ventre e dança cigana há cerca de 4 anos.
A primeira aluna da oficina, Aurenice Araujo de Souza (57), moradora de Magalhães Bastos, relembra como se integrou ao grupo. “Sou muito decidida. Tudo na minha vida primeiro coloco na cabeça que vou fazer, e depois arranjo uma forma de realizar. Foi também assim com a dança. Nunca havia feito nenhum tipo de dança, mas sempre foi a minha paixão. Queria fazer alguma dança que mexesse com o meu corpo inteiro, e vi que a dança do ventre era essa oportunidade. Então eu decidi e comprei até a roupa de dança do ventre. Um dia, passando em frente à Areninha que é bem próxima a minha casa, vi uma placa anunciando que as aulas iriam começar. Na mesma hora entrei e fiz minha inscrição. E desde então minha vida mudou completamente. Hoje sou mais concentrada e consciente do meu corpo”, conta a psicopedagoga.
Há 3 anos dançando, Francileuda Matos (39) relata que sempre quis voltar a fazer dança do ventre, mas faltava oportunidade. “Já tinha feito no Sesc há muito tempo atrás, mas estava parada. Como minha filha faz ballet clássico na Areninha, ela ficou sabendo e me avisou. Hoje me sinto mais leve, porque a dança me proporcionou bem-estar”, diz ela.
A professora e administradora hospitalar Bárbara Soares (40) destaca vários pontos positivos da aula, como convívio social, benefícios psicológicos e físicos. “Criamos relações de amizade para fora dos portões, além disso, as aulas fazem com que a gente esqueça os problemas e estresses diários. Também tem a questão do corpo, passei a me conhecer melhor, a ter domínio dos meus movimentos e mais coordenação motora”, diz ela.
Já para Shirley Rios (56), moradora de Realengo, participar das oficinas da Areninha Carioca Gilberto Gil foi uma forma de dar continuidade a prática da dança em um local mais próximo de casa. “Já prático dança do ventre e cigana há muitos anos. Sempre fui encantada com a dança e a cultura do oriente médio. Gosto muito porque aprendi a gostar mais de mim e a explorar meu lado feminino”, diz ela, que trouxe, depois de 9 anos tentando, a amiga Erotildes de Carvalho Ribeiro (57). “A Shirley me levava a apresentações dela, eu achava lindo, mas demorei em tomar coragem e me decidir. Hoje não entendendo como demorei tanto tempo pra dançar, me sinto totalmente transformada. No palco, viro uma deusa, nem me reconheço. Porque a dança é uma arte que libera tudo aquilo de mais bonito que há em nós, é uma inspiração. Me sinto feliz e realizada na dança”, conta a moradora de Realengo.
“A dança do ventre e a dança cigana, por serem muito sensuais, me auxiliaram até na vida profissional”, conta Emilene Xavier (25), que é vendedora de produtos de sexshop. “A dança me ajudou nas vendas, pois posso dar algumas dicas de dança às minhas clientes para apimentar o relacionamento, pois ambas ressaltam muito a beleza da mulher e a leveza dos movimentos, ajudando também na melhora da auto-estima”, explica.
Nelza Costa (52) conta que dançar foi uma forma de vencer o medo e a vergonha. “Meu ex-marido não me deixava dançar, então assim que me separei, entrei para a dança. Sinto que a minha vida melhorou por completo, sou uma nova mulher, cheia de energia”, celebra.
Caçula da turma, Monique Ávila (21) diz que desde criança gostava de dançar. “Minha vó percebeu isso em mim ainda pequena, e me incentivou muito. Já fiz jazz, ballet e dança de salão, e há 1 ano faço dança do ventre. Apesar da minha diferença de idade em relação as outras alunas, a gente se dá muito bem. Elas são como irmãs mais velhas pra mim, me sinto em família”.
A professora Joana d’Arc Salloun (58), com mais de 30 anos de dança, ressalta que é muito prazeroso dividir com as alunas o que aprendeu e viveu na dança. “A dança me deu os melhores momentos e amigos da minha vida. É muito bom ver a turma criança relações de amizade e também progredindo junto na dança, é incrível”, comemora.
A turma concorda com a instrutora: compartilhar é o segredo para as aulas darem certo. “Aqui somos unidas e amigas, nos amamos e nos ajudamos mutuamente. Não existe competição, ninguém quer aparecer mais que a outra, pelo contrário, a gente dá força para que ninguém desista de dançar. Somos uma família!”, completam.
No dia 11 de dezembro, às 17h, a mulherada sobe ao palco da Areninha Carioca Gilberto Gil para apresentar ao público três coreografias que estão ensaiando há 1 mês. “A expectativa é grande, mas estamos seguras e animadas para mostrar o que temos aprendido”, contam.