Deputada Lucinha participa de Audiência Pública e debate incorporação da UEZO à UERJ
Com bastante atraso os deputados da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro entraram no debate pela consolidação da UEZO através da deputada Lucinha. A tendência é que a partir de agora sejam marcadas audiências públicas na região com a participação da sociedade local, como forma de garantir que a decisão atenderá seus anseios.
As comissões de Educação e de Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realizaram uma audiência pública conjunta, nesta quarta-feira (24/11), para debater o projeto de lei nº 5071/21, de autoria do poder Executivo, que dispõe sobre a incorporação da Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (UEZO) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Para o presidente da Comissão de Educação, deputado Flávio Serafini (PSol), a incorporação não era o meio ideal para fortalecer a UEZO, mas se tornou necessária diante da realidade da instituição.
“Sabemos que universidade não é só sala de aula, tem que ter bolsas, laboratórios e financiamento. A UEZO não tem conseguido avançar, perdeu 20% do seu quadro nos últimos anos, os professores têm salários 40% menores que de outras instituições. A UERJ tem seis mil bolsas próprias, uma a cada cinco alunos. Neste momento a incorporação faz sentido”, comentou Serafini.
A deputada Lucinha (PSDB) ponderou que a incorporação da Uezo à Uerj pode dificultar o acesso da população da Zona Oeste da capital fluminense ao ensino superior: ”Para o aluno dessa região, que tem muitas dificuldades em sua formação educacional, vai ser mais difícil passar para a UERJ. Se eu e outros deputados nos posicionamos contra, é porque o jovem da Zona Oeste tem que ter oportunidades”.
Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, o deputado Waldeck Carneiro (PT) disse que não é desonroso fazer parte da UERJ. “Mas renunciar ao projeto de uma universidade autônoma na Zona Oeste é algo que me faz ter objeções. Não dá pra ter uma dialética fatalista de que a UEZO vai morrer. É espantoso que o governo do estado venha com esta solução”, destacou.
O deputado Noel de Carvalho (PSDB) ressaltou aspectos benéficos da incorporação, como uma maior eficiência administrativa: “Os jovens da Zona Oeste terão espaços maiores de empregabilidade no futuro com um diploma com o nome da UERJ. Além disso, como vemos com diversas empresas, se juntar garante uma organização maior, mais competente”.
Gestores de educação favoráveis
Vice-reitor da UEZO, Dario Nepomuceno destacou a origem da proposta de incorporação e garantiu que o estudante da Zona Oeste continuará a ser atendido: “A proposta tem origem na UEZO, é muito antiga, não é do governo. É para salvar a universidade. Estamos em um campus provisório há 16 anos. O intuito não é, nem nunca será, tirar a instituição da Zona Oeste. Cerca de 60% dos nossos alunos de graduação e pós são moradores ou trabalham na região, 25% moram ou trabalham em municípios vizinhos. Entregaremos o que a Zona Oeste quer, serviço de alta qualidade”.
O reitor da UERJ, Ricardo Lodi, disse que a incorporação fará a UEZO mais forte. “Vamos manter a universidade na Zona Oeste, porém auxiliada pela musculatura institucional e orçamentária da UERJ. A população discente da UERJ é majoritariamente composta por filhos da comunidade trabalhadora, é um projeto de inclusão, e queremos estender essa conquista aos cidadãos da Zona Oeste. Onde a UERJ chega muda o território e a vida das pessoas”, enfatizou.
O subsecretário estadual de Ciência Tecnologia e Inovação, Edgar Leite, ressaltou que todos têm a ganhar com a incorporação. “A UEZO vive uma situação dramática nos últimos anos, é um consenso que é uma situação absurda. A incorporação será excelente para a UERJ, para a UEZO e para a Zona Oeste. A UEZO não vai deixar de existir”, afirmou.