Fla aprova projeto para viabilizar Ítalo Del Cima até 2020, mas oposição do Campusca faz exigências
Segundo informações do sistema Globo de jornalismo, o tempo é curto, mas o Flamengo ainda mantém as esperanças de viabilizar um estádio alternativo para 2016. E não só para esta temporada. Em reunião no fim da semana passada – com a presença do Botafogo e da empresa de engenharia que pode executar a obra -, o clube aprovou estudo de viabilidade apresentado e espera ir a campo o quanto antes para captar recursos de empresas que querem isenção de ICMS. Embora o estádio da Portuguesa, na Ilha do Governador, não esteja descartado, o plano A é a reforma do estádio do Campo Grande para uso em jogos de menor porte por cinco anos. Será o tempo de contrato de cessão do campo do time da Zona Oeste com o Flamengo.
Na semana que vem, o Flamengo vai recolher documentos do Campo Grande – estatuto do clube, ata de eleição, certidões de regularidade com a Light e Cedae – para iniciar outra etapa antes da captação de recursos através das leis de incentivo ao esporte. O clube será proponente ao governo na busca por isenção fiscal. Com certificado de ICMS em mãos, a diretoria rubro-negra espera começar as obras nos primeiros dias de fevereiro. A reforma no Campo Grande teria que estar liberada até o dia 15 de maio, a data da estreia do Campeonato Brasileiro.
A reforma é estimada em pouco mais de R$ 20 milhões. João Henrique Areias, ex-dirigente do Flamengo e diretor da Sportlink, empresa responsável pelo estudo – o Flamengo indicou a Med Engenharia para execução da reforma -, garante que já há empresas interessadas. Em 2005, a Arena Petrobras foi erguida no estádio da Portuguesa. Fla e Botafogo fizeram mais de 40 jogos naquele ano no campo da Ilha – na época, além da estatal de petróleo, a Telemar viabilizaram a solução.
– Já temos uma lista de empresas interessadas. Acredito que aí não vamos ter problemas – aposta Areias, sem revelar ainda o nome das companhias.
No estadual a solução vai ser mais simples. O Flamengo deve mandar algumas partidas no estádio do América. A estreia contra o Boavista, dia 30, deve ser confirmada em Edson Passos. Areias voltou a reforçar a necessidade de correr com a sua “missão”.
– Estamos muito atrasados. Não é tarefa simples. Mas enquanto houver a possibilidade vamos seguir em frente. Minha missão é encontrar uma saída para estádio do Rio. Agora temos uma semana para agilizar toda a documentação do Campo Grande, mais duas para receber o certificado de ICMS e captar patrocinador.
Localizado na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, o estádio Ítalo Del Cima foi inaugurado em 1960. Apesar da estrutura de concreto abandonada, a empresa de engenharia considera possível manter a capacidade de cerca de 20 mil pessoas para receber Flamengo e Botafogo – o Fluminense deve mandar seus jogos em Volta Redonda. O que mais preocupa os engenheiros e a diretoria rubro-negra é a recuperação do gramado, que está em péssimo estado.
Oposição do Campusca faz exigências
O Movimento União Campograndense formado por sócios, ex-atletas, ex-funcionários e lideranças da sociedade local com o objetivo de resgatar e legitimar o poder no clube tem acompanhado de perto há quase 20 anos, a Gestão João Elis Neto na presidência do Campo Grande Atlético Clube, a qual acusa de ilegítima, incompetente e desonesta.
Após inúmeras tentativas frustradas junto ao poder judiciário, recentemente o Movimento pediu auxílio ao deputado estadual Paulo Ramos e já realizou duas audiências públicas para debater a questão e resgatar a normalidade na administração do Clube. Como resultado o Ministério Público Estadual recebeu na semana passada uma farta documentação que enumera as principais irregularidades da gestão João Elis Neto, base para o pedido de investigação e abertura de inquérito policial. Denuncias ao poder público estadual e municipal acusando a falta de condições mínimas de trabalho e irregularidades na realização de atividades, sustentam pedidos de fechamento do clube.
Diante dos fatos atuais envolvendo a negociação com o Clube de Regatas Flamengo da cessão do Estádio Ítalo Del Cima, o presidente das audiências públicas realizadas pelo Movimento União Campograndense, deputado estadual Paulo Ramos, procurou por telefone o presidente do Flamengo para adverti – lo que a atual gestão do Campo Grande Atlético Clube não tem condições de negociar com segurança um projeto de tal vulto, pois lhe falta legitimidade. Paulo Ramos acrescentou que o Movimento União Campograndense considera a operação interessante para o clube e está disposto a ajudar na regularização da documentação necessária, desde que atual gestão reconheça suas limitações e o convide para a mesa de negociação. “Enquanto isso não ocorre, as ações aprovadas e executadas recentemente pelo Movimento seguirão os trâmites normais”, ressaltou o deputado.