Mais uma Audiência Pública marca 2 décadas de discussão do Parque Realengo Verde

Uma audiência pública realizada nesta terça-feira (14), pela Câmara do Rio, voltou a discutir a criação do Parque Verde Realengo. O terreno de mais de 142 mil m² de propriedade da Fundação Habitacional do Exército, fica na área  da antiga fábrica de cartuchos e prevê a construção de um empreendimento residencial.

O impasse continua. Falta de representatividade e de informação tiram a população da discussão. Enquanto isso, algumas lideranças se mobilizam politicamente para dizer não a proposta da construção do parque em apenas parte do terreno. O Projeto de Lei Complementar (PLC) no 32/2017 apresentado na gestão anterior autoriza o aumento do gabarito em três pavimentos, permitindo o uso residencial e comercial na área e como contrapartida, a Fundação se compromete a doar parte do terreno para a construção de um parque público com livre acesso da população.

A presidente da Comissão de Assuntos Urbanos, vereadora Tainá de Paula (PT) reforçou a importância da manutenção do parque 100% verde como modelo de desenvolvimento sustentável para a cidade.

Para o vogal da Comissão de Meio Ambiente, vereador Chico Alencar (PSOL), é preciso medidas urgentes para conter a degradação ambiental que vem devastando a área verde do terreno nos últimos 30 anos.

A Prefeitura garante que já há previsão orçamentária para a iniciar a construção do parque e que está se mobilizando para iniciar as obras de infraestrutura necessárias ainda este ano.

A Fundação Habitacional do Exército tem um  Projeto Aprovado de Loteamento (PAL), com a demarcação dos lotes que chegou a ser apresentado à Câmara, mas a atual gestão não concordou e pediu uma nova proposta. “Por mais que houvesse doação de cerca de 75 mil m2 para o poder público, a maneira como se deu a doação do terreno não o tornava um terreno público, ao contrário, tornava-o um terreno privado, por mais que de propriedade municipal, cercado de construções que se assemelhavam a um condomínio. Notificamos formalmente a Fundação, solicitando que fosse apresentado um novo PAL para aquele terreno, com uma nova proposta que possa ser apresentada aos moradores”, complementa o secretário.

A população local já não aguenta mais essa situação e está reclamando uma solução imediata, igual a que foi dada no mês passado para os moradores da Gávea, que viram o prefeito sancionar a lei  que criou do Parque Sustentável da Gávea, bastante parecida com a que cria o Parque Realengo Verde, em menos de 3 anos de discussão.

“Podemos afirmar que quem começou essa discussão na vida adulta, após mais de uma década de discussão, corre o risco de morrer e não vê a solução do caso. Se houvesse acordo, seus filhos e os dos seus vizinhos,  e a economia local, já poderiam estar se beneficiando do projeto”, disse o morador João Guilherme.

Para José Carlos, também morador, um pequeno número de ativistas políticos defensores do meio ambiente, que não representam a opinião da sociedade local pela pouca representatividade que tem – as audiências públicas que discutem a questão reúnem pouco mais de 100 pessoas, entre militantes políticos, lideranças locais e políticos oportunistas – , discutem e impedem a aprovação da construção do Parque Realengo Verde em nome de quase 400 mil moradores que não conhecem o projeto nem o debate.

O presidente da Comissão de Meio Ambiente, vereador Zico (Republicanos), é a favor de uma solução imediata para o caso que signifique ganho para a população. Marcio Santos (PTB), e William Siri (PSOL) participaram da reunião.

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