MPRJ e Polícia Civil realizam operação para prender 31 denunciados por integrar milícia na Zona
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), e a Polícia Civil realizaram operação, nesta quinta-feira (23/11), para cumprir 31 mandados de prisão contra denunciados por integrar milícia. Segundo o MPRJ, a organização criminosa atua em diversos bairros da Zona Oeste do Rio, como Campo Grande, Santa Cruz e Santíssimo, e também em municípios como Itaguaí e Mangaratiba. A ação também visou ao cumprimento de 45 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos acusados. Os 31 integrantes da milícia foram denunciados por organização criminosa. A operação recebeu o nome de Marvel, porque a nova liderança é rival da antiga, comandada pelo miliciano Ricardo Teixeira da Cruz, o “Batman”. Quando ele liderava a milícia, o grupo era conhecido como “Liga da Justiça”, inspirado nos quadrinhos da DC Comics, rival da editora Marvel. De acordo com a denúncia, a atuação da milícia consiste em coagir moradores e comerciantes a pagarem por suposta proteção, controlar a venda de botijões de gás e prestar serviços de TV (“gatonet”) a cabo e de internet (“gatovelox”) de forma ilegal, praticar roubos de automóveis e receptar veículos roubados e clonados e, ainda, a extorsão de empresas para que pudessem transitar e realizar suas entregas nas áreas dominadas pela organização criminosa. Ainda de acordo com a denúncia, a milícia também é responsável pela prática de espancamentos, sequestros, torturas e homicídios qualificados, em plena luz do dia e em locais de grande aglomeração de pessoas. Segundo o MPRJ, as vítimas da violência seriam pessoas que eventualmente teriam se recusado a se submeter às “regras” impostas pela organização criminosa ou que pudessem levar ao conhecimento das autoridades os crimes praticados pelos integrantes do grupo. Segundo as investigações, a milícia é comandada pelo denunciado Wellington da Silva Braga, conhecido como “Didi” ou “Eco”. Ele assumiu o controle da organização após a morte de seu irmão e antecessor na liderança do grupo, Carlos Alexandre da Silva Braga, o “Carlinhos Três Pontes”, morto em confronto com a polícia.