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Nas paredes geladas, escorria meu soluço
Nas paredes geladas, escorria meu soluço
Sufocava minha dor
E no seu falso amor, suas palavras desejava ouvir, aplacando o desamor
que ouvia em seus olhos, ouvia em seus gestos, ouvia em suas mãos percorrendo meu corpo gélido, sofrido , tudo de mentirinha, eu o sabia e a você me entregava e sofria.
Mas o tempo passa como o vento, tudo se transforma…
Só você não se transformou!
Continuou altivo, frio, insensível, tentava me dominar e entre laços destrutivos eu fingia aceitar.
Mudei! O seu desamor não mais aceitei, cortei todos os laços que desunidos, enfraquecidos se desprendiam um a um sem resistência , assim me libertei.
Alma liberta divaga, divaga, libertina jamais deixará se prender, agora sou sua dama divina e com discurso manso com precaução, diz que é meu seu coração!
Ah, quanta leviandade na arte de querer me reconquistar!
Liberta das correntes, tapo meus ouvidos e com portas fechadas divago, divago… Oh, liberdade abençoada, com a casa fechada não corro perigo, lançando palavras fúteis e mentirosas, ainda tenta me prender. Sou sua rainha, sua alma gêmea e “sofre de mentirinha” ainda pensa que sou presa fácil, mas nada adianta. Não quero castelos sublimes, riquezas porque com eles acoplados de graça vem o seu desamor. Entenda de uma vez, não sou mais sua escrava submissa., “tudo acabou”!
Fui pisoteada com palavras, atos, gestos… humilhada, maltratada!
Entre quatro paredes meu confessionário isolado, minha dor transbordava, ninguém me escutava. Sobre saltos distribuía meu sorriso e a todos cativava, sorria, sorria, escondia meu soluço no peito de dia, à noite sem a hipocrisia do dia deixava rolar todo o meu desapontamento com alguém que cegamente confiei.
A dor retornava, a ferida aberta nunca cicatrizava, mas sua escrava submissa no final do tempo fingia que a tudo aceitava.
Esperava meu julgamento com as provas ao longo do tempo conquistadas.
Agora tinha argumentos necessários criados com a dor que você próprio me proporcionou.
Fui a julgamento, coloquei as cartas na mesa e não havia sequer qualquer argumento contra todas as provas apresentadas.
Deixo aqui um recado, não só meu como de muitas outras mulheres sofridas que em muitos confiou:” nosso coração está curado, liberto e feliz. Jamais deixaremos nos envolver com mentiras, falso amor, fantasias! Nossos pés no chão caminham com exatidão e se porventura alguém quiser neles um lugar, terá que muito pensar! POR QUÊ?
O homem pra me amar
Não pode apagar meu sorriso
Me sufocar
Desejo a liberdade total
E sem argumentos
Em todos os momentos
Ser sua rainha
Um trono me ofertar
E sequer uma lágrima dos meus olhos
Fazer rolar e sim
Tirar meu batom
Sem nenhum lenço eu ter que usar
O homem pra me amar
Não pode ser dividido
E em outras mulheres
Os olhos pousar
Sou exclusiva
Vou amá-lo sem medida
E sem nenhuma ameaça
Meu coração lhe ofertar
MARGOT CARVALHO
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