No Dia do Amigo Guaratiba e Realengo tiveram casos de amizades divulgados
O Dia do Amigo é celebrado todo dia 20 de julho no Estado do Rio de Janeiro. Nesta quarta feira (20) gestores de unidades de saúde contaram casos acontecidos em uma Clínica da Família em Guaratiba e no Hospital Municipal Albert Schwesitzer, em Realengo, mostrando que amizades nas unidades de saúde podem surgir nas relações tradicionais entre profissionais e pacientes:
Luíza Simião, médica Responsável Técnica da Clínica da Família José de Paula Lopes Pontes, em Guaratiba, mantém amizade com duas pacientes, Sophia, de cinco anos, e a mãe, Jacyara Castro, há mais de um ano.
A pequena paciente, Sophia Castro, chegou na CF José de Paula Lopes Pontes, em junho de 2021, ainda com quatro anos, com um quadro de broncoespasmo (fechamento e presença de inchaço nas pequenas vias aéreas, por onde o ar é transportado até chegar aos pulmões). Enquanto estava sendo medicada, o encontro com a médica Luíza Simões aconteceu. “Imediatamente fiquei apaixonada por ela”, conta.
Luíza observou que a criança tinha um dedo a mais na mão esquerda e, por ter experiência nesse tipo de procedimento, ofereceu uma cirurgia de correção. A médica relata que a conexão entre ela, Sophia e a mãe, Jacyara, foi imediata. “Nesse mesmo dia, a gente criou um vínculo que foi uma conexão energética. Ela voltou e tiramos o dedinho dela. Sophia ficou super apegada a mim, assim como eu fiquei apegada a ela”, conta.
Para mãe e filha, a simpatia pela médica também aconteceu instantaneamente. “É a primeira vez que temos esse tipo de relação com um médico, fiquei muito feliz. Sou muito grata por ter uma amiga e médica que cuida das pessoas com tanto carinho e amor”, relata Jacyara. Sophia, hoje com cinco anos, fala de seu amor pela tia Luíza (como chama a médica): “Eu amo muito a tia Luíza, ela é meu amorzinho. Ela é muito legal”.
Para a médica Luíza, o fato de Sophia se parecer fisicamente com sua sobrinha foi a principal causa de afeição com a criança. “Ela é a cara da minha sobrinha, filha da minha irmã, acho que fiquei mais encantada por isso. Mas ela é um doce de criança, não foi difícil me apegar a ela”.
Pouco depois de se conhecerem, Jacyara e a médica trocaram telefones, e se falam diariamente, seja por mensagem ou vídeo chamada. Por morarem próximo à Clínica da Família, Jacyara e Sophia fazem visitas à Luíza semanalmente. Além das visitas para tratamento da criança. Aos finais de semana, todas passeiam juntas, incluindo a filha da médica, a Anita, de 10 anos, que também se apegou muito à pequena paciente.
Em dezembro de 2021, Sophia precisou ser internada, e foi quando descobriu seu diagnóstico de asma. Jacyara conta que durante os oito dias em que a filha esteve no hospital, Luíza acompanhou de perto. “No momento que eu mais precisei ela estava o tempo todo do nosso lado, ia ao hospital nos visitar. Luiza é muito especial para nós, sou muito grata. Gosto muito dela, nos damos muito bem”, finaliza.
No Hospital Estadual Albert Schweitzer Viviane Menezes é enfermeira do Centro de Terapia Intensiva do Hospital há 10 anos e já construiu algumas amizades ao longo desse período. A mais recente foi com a mãe de um paciente, Giselle Rodrigues, há aproximadamente um mês. O filho, Thiago Rodrigues, de 17 anos, teve uma obstrução intestinal e precisou passar por uma cirurgia. Após complicações, foi para o CTI e teve que ser intubado.
A enfermeira conta que teve uma ligação muito forte tanto com a mãe, quanto com o filho. “Quando ela não podia ficar no hospital, eu mantinha contato com ela. Fazia ligações para avisar do quadro de saúde do filho. Estávamos sempre em contato por mensagens e telefonemas”.
Viviane conta que tem um filho da mesma idade do Thiago, o que a comoveu ainda mais a ajudar Giselle. “Eu olhava para o Thiago e via meu filho. Então me coloquei no lugar da mãe dele. Antes de ser intubado ele queria ter falado com a mãe, mas não pôde porque estava no CTI, então fui a porta-voz. Eu sempre dava informações para a mãe, que estava agoniada”, lembra a enfermeira.
Para Giselle Rodrigues, a amizade com Viviane foi essencial naquele momento de dificuldade. “É uma pessoa que foi muito importante na minha vida, me deu muito apoio e força. Não estava ali só fazendo o trabalho dela, foi sensível, tentando me consolar. Sou muito grata a ela por tudo”.
Thiago ficou internado por quase um mês, sendo 15 dias no CTI. Depois de receber alta, o contato entre os três ainda permanece de forma virtual. “Sempre que for possível quero ter contato com ela”, afirma Giselle.
“No dia da alta ela foi no quarto se despedir e desejar minha melhora. Sempre manda mensagem perguntando como estou. Ela é uma amiga para toda a minha família”, conta Thiago.