Planetário do Rio cria novos projetos sociais e esquece de Santa Cruz

Criado pelo Planetário do Rio nas dependências da Cidade das Crianças, na Rodovia Rio-Santos km1, o Planetário de Santa Cruz, inaugurado em 2008, teve o primeiro planetário digital público instalado no Brasil, porém, a população de Santa Cruz e adjacências pouco sabe sobre o espaço, que carece de programação frequente, divulgação e facilidade de acesso, e até hoje, só uma pequena parte dos alunos da rede pública municipal conheceu o espaço, mesmo assim, como formadora de plateia.

Na oportunidade visitaram a exposição “Sistema Solar”, e assistiram sessões na Cúpula D. Pedro II que conta com um dos sistemas de projeção digital mais moderno da América Latina e proporciona aos espectadores uma incrível sensação de imersão no espaço.

Entretanto, passada a euforia da inauguração, o sistema passou a funcionar como todo equipamento cultural existente na Zona Oeste, sem manutenção fisica adequada nem programação atualizada e frequente. Nesse caso específico e fácil comprovar, basta comparar o que acontece no Planetário da Gávea com o que acontece aqui, que ficará clara a falta de atenção com a região.

Recentemente o Planetário do Rio criou o projeto Planetário Social com o objetivo de democratizar a ciência e mobilizou vários órgãos municipais que facilitou o acesso da população a uma programação voltada ao conhecimento, trazendo novidades, e já começou a implantar vídeos online para idosos assistirem de casa enquanto durarem as medidas de distanciamento devido à pandemia, e a abertura e reabertura de biblioteca com ingresso grátis às terças-feiras para todos os cariocas.

O projeto tem as participações das secretarias de Cultura, Juventude, Turismo, Políticas e Proteção à Mulher, Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida e Ação Comunitária. O programa Luneta na Laje, que após a Pandemia vai levar telescópios e astrônomos da instituição às comunidades para apresentações ao vivo; o Projeto Mulher Cidadã que reserva uma sala no Planetário da Gávea para promover a inclusão feminina na ciência, na tecnologia e na Inovação, a partir da oferta de oficinas e cursos sobre os temas; o projeto Mais Astronomia, uma série com 24 vídeos curtos pensados para o público idoso em parceria com o Planetário da Gávea e as futuras visitas guiadas ao Museu do Universo, à Nave Escola e à sessão de cúpula, entre outras iniciativas que estão sendo desenvolvidas pela pasta para o segundo semestre deste ano, como clubes de leitura e sessões de cúpula com foco na produção de mulheres cientistas, são partes relevantes do projeto que ainda pretende abrir a Biblioteca Ecio Salles, que homenageia o fundador da Festa Literária das Periferias, e reinaugurar a biblioteca de astronomia e afins Giordanno Bruno, fechada devido à pandemia.

– Democratizar ainda mais o acesso ao Planetário é um desejo nosso desde o primeiro dia dessa gestão. Essa casa que nasceu para celebrar a ciência e que carrega o Rio em seu nome pertence aos cariocas. Torná-la cada vez mais acessível e útil ao cidadão é o nosso grande desafio – disse Gledson Vinícius, presidente do Planetário.

A população da Zona Oeste, em particular a de Santa Cruz, espera que o presidente se lembre que somos parte integrante da cidade e também temos direito à cultura e que o Planetário de Santa Cruz está abandonado.

 

 

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