Por Arnaldo Menezes: Meus dias de criança
Quantos 12 de outubro vivemos em nossa vida e de cada um deles, ganhamos um sorriso, uma alegria e um voucher para o futuro. No início, em nossos primeiros passos, vivemos a era das bolas de gude, do pião e sua inseparável fieira, do galho que marca a posição da bandeirinha, das bonecas que recebiam nomes diversos com cabelos curtos ou longos, loiros ou castanhos, das pipas, que levavam nossos sonhos, em lugares longínquos e podiam cruzar nos céus, com o bola de gás ou o velho balão japonês. Uma folha de papel testava nossa criatividade, uma vez que, podia virar uma simples bolinha, um aviãozinho ou um bilhete já na pré adolescência.
Ser criança era ver o mundo colorido com tons alegres, pois, o fato de ainda não termos compromissos maiores, uma vez que os poucos que tínhamos, nos mandava fazer: vai tomar banho,escove os dentes, guarde suas coisas, olha esses brinquedos espalhados, e assim não tínhamos diante de nós o cinza ou o marrom.
Joelhos ralados, algumas vezes um corte aqui outro ali, para alguns até um dente prejudicado ou perdido, vez por outra uma tala ou um gesso, porém o que importava, se éramos crianças e como tal, se tem licença para tudo ou simplesmente para ser feliz.
Ganhar uma bola ou bicicleta representava o iPhone da época, a TV ser colorida, era como se hoje todos tivessem celulares.
Eu fui criança, tudo fostes criança, ele foi criança, nós fomos crianças, pena que tiraram da gramática, via mãos pesadas e insensatas o verbo “criançar”. Significava viver intensamente, ter uma alma leve e um coração pulsante em ritmo frenético, um sorriso iluminado na maior parte do tempo, os pés e as mãos às vezes enlameados, bocas que podiam estar cobertas de leite, chocolate ou guloseimas. Ser criança sempre representou o lado feliz da vida, era ser o símbolo de esperança de dias melhores, era um quase recibo de que o bem sempre venceria, era a certeza de que haveria uma nova geração de cidadãos.
Que neste 12 de outubro, sob as graças da Padroeira do Brasil, mais do que nunca, desperte esta criança, que trazemos dentro de nós e VOCÊ possa ter HOJE e sempre, a felicidade e a alegria, de um dia das crianças.
(Arnaldo Menezes).