Prefeitura do Rio apreende 15 mil frascos de álcool gel em dois supermercados e uma fábrica de Campo Grande
A Prefeitura do Rio, por meio da Subsecretaria de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses, apreendeu preventivamente, em dois supermercados da mesma rede e em uma fábrica da Zona Oeste, 14.977 frascos de álcool 70% em gel 500ml da marca Stillo. Realizada nesta quinta-feira, 07/05, a ação é resultados de laudo insatisfatório feito com amostras do produto coletadas no último dia 17 de abril no mercado da Estrada do Campinho, 4.105, em Cosmos, e na empresa da Rua Charles Dickens, 38, em Campo Grande.
Na ocasião, fiscais verificaram denúncias registradas na Central 1746 por consumidores que desconfiaram das informações no rótulo do produto vendido no mercado que é fabricado em São Paulo, e da consistência do álcool produzido na fábrica de Campo Grande, com “características de gel para cabelos”. Realizadas pelo Laboratório Municipal de Saúde Pública (Lasp, uma das unidades da Vigilância Sanitária que é vinculada à Secretaria Municipal de Saúde), as análises identificaram que o teor alcoólico estava abaixo dos 63%, mínimo permitido para produtos de higiene das mãos. O máximo é de 77%, com o ideal estabelecido em 70%.
No supermercado de Cosmos a equipe apreendeu 8.313 frascos de 500ml, acautelados no próprio estabelecimento para a contraprova, direito do fabricante para confirmar se o produto está dentro dos padrões para a venda ou deve ser incinerado. Também como medida preventiva, os fiscais interditaram outros 1.914 frascos no outro mercado da rede, que fica na Estrada do Pedregoso, 1212, em Campo Grande.
– O trabalho da Vigilância é todo voltado à prevenção de riscos à saúde. Em especial nesse momento de pandemia, é fundamental intensificarmos as ações para conferirmos se os protocolos, as normas, as legislações em geral estão sendo cumpridas. Essencial para a higiene não só das mãos mas também de superfícies, o álcool gel faz parte do que verificamos nas nossas fiscalizações, sempre de olho em assegurarmos barreiras sanitárias para minimizarmos riscos à população – ressalta a médica-veterinária Márcia Rolim, subsecretária de Vigilância Sanitária do Rio que oficializou os laudos e o protocolo de interdição cautelar em portarias publicadas no Diário Oficial desta quinta, 7/05.
No total, foram apreendidas nos dois mercados 10.227 unidades fabricadas por uma empresa de São Bernardo do Campo, que será notificada e terá direito de fazer a contraprova dos testes. A Vigilância Sanitária do município paulista também será comunicada do laudo e demais ações já adotadas pela Vigilância Sanitária do Rio. Já na fábrica de Campo Grande, onde os fiscais também adotaram a interdição preventiva, foram apreendidos outros 4.750 frascos, sendo 1.428 de 430ml e 4.320 de 120ml. A empresa tem até 72 horas para informar as irregularidades aos estabelecimentos que adquiriram o produto e pedir a contraprova dos testes ou, dependendo dos resultados, até um mês para recolher o material e incinerá-lo.
– A interdição cautelar é, na verdade, uma ação preventiva para que o produto não seja comercializado, e assim evitarmos riscos ao consumidor até que haja o resultado da contraprova – explicou André Pinto, fiscal da Coordenação de Saúde da Vigilância Sanitária.
O que observar na hora da compra – Na hora da compra do álcool em gel, a Vigilância Sanitária alerta o consumidor para a importância de conferir o rótulo do produto, que deve conter uma série de informações. A primeira delas é que, para a higienização das mãos, o indicado é sempre o álcool 70% em gel.
– O gel tem a viscosidade que o álcool líquido não possui. E é justamente a viscosidade que diminui o espalhamento na superfície onde é aplicado, reduzindo as chances de queimadura, sempre um risco para quem utiliza a forma em líquido para essa finalidade – alerta a farmacêutica Wilenes Souza, da Gerência de Distribuidoras e Transportadoras de Medicamentos da Coordenação de Saúde da Vigilância.
Informações básicas que devem constar no rótulo
1. Nome do produto e a finalidade;
2. Teor alcoólico;
3. Conteúdo (peso ou volume);
4. Autorização de Funcionamento do Fabricante (AFE);
5. Nome do fabricante, CNPJ e endereço;
6. Número do registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
7. Lote e validade;
8. Número do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC);
9. Nome do responsável técnico e do Conselho de Classe;
10. Composição e princípios ativos (nomes químicos ou técnicos com suas respectivas concentrações);
11. Restrições (se tiver) e instruções de uso;
12. Frases de advertências relacionadas aos riscos, como “Não ingerir”, “Não aplicar próximo a chamas”, “ATENÇÃO: Manter fora do alcance de crianças e animais domésticos” e “Manter afastado do fogo e do calor”.