Quem foi Waldir Onofre?

 

 

Waldir Onofre: ator, roteirista, diretor, cineasta e sua importância no cenário artístico nacional
Falar de Waldir Onofre é contar a história de um menino apaixonado pela sétima arte, que mais tarde estudava cinema por correspondência e dividia seu tempo como técnico em eletrônica, ator e professor de teatro. Ele tinha um sonho: projetar nas grandes telas as histórias do seu cotidiano. Waldir ganhou reconhecimento nacional e internacional como diretor e roteirista. Através do seu longa-metragem “As Aventuras Amorosas de um Padeiro”, 1975, produzido por Nelson Pereira dos Santos e inteiramente rodado em Campo Grande, Pedra de Guaratiba e Sepetiba. O filme ganhou o Kikito de Ouro no Festival de Gramado de 1976. No teatro, teve sucesso com a obra A Noite do Alô, que chegou a roteirizar para o cinema. Também produziu diversos documentários sobre o bairro de Campo Grande.
Para o pesquisador da Fundação Biblioteca Nacional, Pedro Lapera, que estudou a obra do artista: “Waldir enfrentou todos esses obstáculos e fez um filme que tratou abertamente de racismo e de sexismo quando esses temas eram calados. Elegeu uma protagonista feminina para seu filme, algo incomum para os filmes da época. Trouxe sua experiência com o teatro popular para trazer personagens vindos do povo para a tela (o padeiro português, os adeptos do candomblé que aparecem ao final do filme, os operários). Ainda, trouxe ao cinema brasileiro imagens de uma região do Rio de Janeiro que aparece muito pouco nos filmes e mesmo na televisão (Campo Grande, Sepetiba). E foi um dos precursores da luta antirracista que reapareceria com toda a força no fim do regime militar, ao lado de outros cineastas de sua geração, como Zózimo Bulbul e Antônio Pitanga”.
Onofre estreou profissionalmente no teatro com uma montagem de “O Contato”, drama americano encenado em 1960. Seu desempenho chamou a atenção do diretor Miguel Borges que o chamou para protagonizar o episódio “Zé da Cachorra”, incluído no longa “Cinco Vezes Favela”. Atuou nos filmes: “Perpétuo contra o Esquadrão da Morte”, “Canalha em Crise” e “Maria Bonita”, “Rainha do Cangaço”. Ao mesmo tempo, iniciava sua carreira por trás das câmeras, como assistente de direção de “Canalha em Crise”. Ao longo da carreira como ator fez mais de 28 filmes, entre eles: “Mauá: O Imperador e o Rei” (1999), “O Homem da Capa Preta” (1986), “Memórias do Cárcere” (1984), “Marcados para viver” (1976) e “Macunaíma” (1969), entre outros.
Silvia Fernandes – Jornalista

 

 

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