Rogério Melo: Obrigado Bangu, obrigado Rua Fonseca
Como o tempo passa rápido e nem sentimos, parece que foi ontem que eu estava na rua jogando futebol, me divertindo com brincadeiras que hoje estão esquecidas pela criançada – pique bandeira, lateiro, pique esconde, garrafão, pera uva ou maça, rodar pião, bola de gude, bocha na casa do “Seu” Virgílio, soltar pipa no terraço da minha casa, competições de carrinhos de rolimã no meio da rua, o bate papo sentado em baixo do poste, os encontros diários à tarde depois do colégio, em baixo da amendoeira da casa de “Seu” Geraldo esperando ansiosamente o vendedor da Kibom passar com seu carrinho para comprar o melhor picolé de coco com as moedas arrecadadas com os tios, as aulas e treinamentos de Natação na piscina do Bangu com Amauri, Celen, Cabrocha e “Seu” Paulo, o passeio de bicicleta pelos becos das casas da fábrica de tecidos Bangu, localizadas próximas à piscina do Bangu, as “excursões” de caminhão até as granjas de Guaratiba, onde buscarmos frangos para o “Seu” Cristóvão, os encontros dançantes na casa de dona Expedita e seu Mario, regado a cuba libre e muitos LPs tocando na vitrola, os jogos de Futebol de Salão (era assim que era chamado na época ) e Voleibol no Bangu e no Casino, os grandes bailes nesses dois grandes clubes, as festas juninas no Bangu Campestre Clube, onde muitas vezes voltávamos a pé, pois, a condução tinha terminado de circular a muito tempo, as conversas com os amigos nos encontros de sábado e domingo na churrascaria Lula, as subidas ao Pico da Pedra Branca, só mais tarde descobrimos que era a Pedra do Ponto, os bailes carnavalescos no Bangu onde a parada da banda era motivo para irmos correndo para o Casino, aproveitando que lá a banda ainda estava tocando, era um vai e vem que durava a noite toda, a passada no bar do Gato Branco no início para tomar o melhor mate da região, quando mais velho o motivo era tomar um rabo de galo. As partidas de Futebol nos campos do Fazenda, Fonseca e 6 de Maio esse último localizado na Pedra da Macumba (onde hoje é o parque Leopoldina), muitas das vezes saindo direto dos bailes, para desespero de minha mãe. Após os bailes, esperar a padaria do “Seu” Licínio abrir e comprar o pão quentinho, voltando para casa tomando o leite na garrafa e comendo a bisnaga inteira e sem manteiga.
Como a minha juventude foi prodigiosa, OBRIGADO BANGU, OBRIGADO RUA FONSECA por oferecer tudo que uma criança precisa para ser feliz.